sábado, 20 de novembro de 1993

átomos




além do homem
além do além do horizonte
além de qualquer pensamento

além além & além

recordássemos,
jamais aos pés estaríamos
de nossa enésima vida
primitiva
nem saberíamos da lua
da aurora boreal
do mar & do sal

nem de cada um
de nossos últimos suspiros
que nos levam
a qualquer momento

só do mal
que nos torna
sedentos

(Muita paz nos aqueça, ó papiro
de guerra não vimos nada.

Lamento.)


segunda-feira, 1 de novembro de 1993

no infinito, qualquer ponto é o centro




Mergulho
no espírito 
do silêncio.

Alguém me vê?
Me ouve?
Sabe quem sou?
Estuda-me, 
frio,
feito o quarto?

Perguntas.

Não posso dar fim a tudo
bancar o bom mudo
pranto-pronto,
tonto com as palavras

(...)

Profundo como um poema,
o dilema amanhece.

Como eu queria voar,
ter a certeza de amar,
ou ao menos,
poder sonhar.

Isto posto,
visto meu rosto,
desço dos versos.

E o silêncio,
ao avesso,
adia os meus

universos.