Meu ouvido esquerdo, quase grita, à dura impiedade, o lamento que diga. Que estágio é este que nos tem onde se ama quem puder e se salva quem não quer? Puro contratempo. (E quem liga se há verdade?) No âmago do momento, às profundezas da convicção: sequer eu, pensante, existo, perante a busca da razão .
Não há noite que contenha o roer de unhas, o tremor das pernas, a dose de pinga. E ela não vem, só a outra. - Querida! E me xinga. (Devolva minha vida, guria! Senão, te dou um punhado de alegria.)
argumento, motivo do conflito :antes não reflito, me divido sou perda sou passado sou bogart no mesmo noir irrevogável reverso nem há como caminhar pois sou pedra jurada de vida pelo universo
me dá outro chope que trânsito aquela gata você viu a vizinha me perdoa sua besta jesus está olhando me empresta dez mangos ei que cê tá fazendo chama polícia uma dose uma só mais uma liquidação entrem entre e morra (pensando à grega vestidos como americanos , o menino se matando a menina se vendendo & o douto se drogando o diabo se benzendo : seria a vida mesmo insana ou nossa inércia atingiu algum nirvana?)
o momento anterior ao virar da página é tão profundo quanto o próximo : procure o sólido no abstrato máximo pedra de peso flácido (ao apagar do ápice outro momento daqueles nos rasos olhos de lápis) diga o quiser ao mundo mas antes anteceda o instante entre a máquina a mirar e a miragem na estante
pleno pelo elo o espelho belo livre louvre ave, ave! (nas veias do texto pretenso pretexto nas areias do rosto do tempo) & azar dos quem nas asas naus quase esauq vêm e não o vêem
quero-queros corujas & grilos cachorros & gatos & o galo chamando a lua atrasada & os sonhos rumando pralém-madrugada tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac eis que o trem apita apita apita e passa passa passa passa passa passa passa passa passa (enquanto quando descanso bem as caras pra não ficar às claras sem graça)