olho para a rua
como se o nada eu olhasse
o gari até me cumprimenta
olá!
os transeuntes
figuram previsíveis
deixando tudo pior
que o making of
do pré-prelúdio
do que não foi
tiro o uísque do pacote
há quem ache que é pose
close pra foto
mas aqui vou ficar
até que ela apareça
até que eu mesmo me esqueça
de que e quem estou a esperar
!
(ela surge, descendo os degraus)
o brilho dos olhos
apaga meu texto
enquanto leio os lábios calados
na, que bobagem, calada do dia
e quando se encontram com os meus
ainda tento
mas
não há mais tempo
à agonia
ao acordar da coragem
novamente olho para a rua
como se o nada eu olhasse
como se tudo fosse
um mero ensaio
como se eu fosse um vassalo
das vontades alheias.
(não, não é sangue
tenho é cianureto
circulando pelas veias)