quinta-feira, 5 de julho de 2001

nada foi como em madrid




nada foi como em madrid
mãos dadas
às noites mais sonhadas
que vivi

nada foi como em madrid
chegar te ver tecendo
nuestro amor
por nos vestir

nada foi como em madrid
o vento o céu o beijo
teu cílio caído
no meu nariz

nada foi, nem será
como em madrid
pois lá não fui
nem quero
ir


terça-feira, 3 de julho de 2001

musa de uma tarde à tarde




bar da vila
mesa de amigos
rum & charuto

poema no guardanapo
batom no copo
fogo no corpo
e a noite desce
doce doce
,
instinto bruto:

mas nem que eu fosse dois
deixava o desejo
pra depois!


(acordar é o preço
de entender que a perfeição
é só o começo)


segunda-feira, 2 de julho de 2001

do tejo ao tietê




Este poema
estava engasgado
na recordação.

Quem sabe, febril,
na mais piégas
& sutil emoção
de saber o quanto arde
ser da dúvida
a convicção.

Lá fora,
o sol é frio,
o vento é seco.
A quietude,

parece um fado.

Eis belo dia
de relembrar
quando chovia

: quando o para sempre
para sempre
foi condenado.

(Ela sabia.)