sexta-feira, 7 de novembro de 1997
poser
A estranheza destes tempos insanos
nos priva de sorrisos, encobre os enganos,
enfraquece o pensar, nos rouba o saber,
faz corrermos, perder-nos, esperar por viver.
Ainda assim, julgamo-nos livres, por nascer.
E, como sementes de glória, cantamos,
pois tudo que passa parece regra esquecer:
dentro do vazio, o neovazio buscamos.
Agora, surgem milhares de falsos malditos,
e suas maquiagens tornam nova a mesma canção.
Pseudovanguardismo em inaudíveis gritos, infinitos.
Criamos nosso próprio juízo final, irmãos.
Se alguém duvida, que desvenda meus escritos,
E sentirá até o calor e o tremor de minhas mãos.
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