quinta-feira, 15 de abril de 1999
mordia a língua
há muito
nada escrevo
fiquei à espera
de tempos mais gratos
do vento nas cortinas
da chuva fina
de tudo que me fizesse
real
vi a poeira
flutuante aos raios de sol
intrusos
pela janela de minhas manhãs
carentes da noite
e foi apenas um toque
dos meus dentes
no ventre da idéia
que me fez voltar à matéria
e ver o rosto
deste engano infinito
amadureço
feito fruta cadente
feito homem
maldito
e engrandeço
toda forma de vida
qu'inda possa ser
lida
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