quinta-feira, 31 de janeiro de 2002

o rimar é com é




Então, garoto, me diga,
o que faremos
quando tudo for poesia?

Cantaremos,
brindaremos até no recreio,
e, depois de ralarmos os joelhos
em brincadeiras de correr,
choraremos um pouco.

Será que alguém
ainda vai ter chulé?

Não importa
o quanto pareça louco,
prefiro o caminho do meio
: sempre em frente
enquanto estrada é.

Mas, me diga,
o que faremos
quando tudo for poesia?

De repente já é.

(Faz de conta
que não me via.)



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