desde sempre
aquela praça
sem graça
nadalém me era
que o ponto final
de meus inícios
& afins
a sagrada caminhada
de todo dia
de toda noite
quase quase um fardo.
até que
- e só poderia ter sido
com ela ao meu lado -
avistei
um coração de pedras
na calçada
cravado
e em toda aquela extensão
daquela calçada
era só o coração
e mais nada
é um coração solitário,
eu disse,
e fui emendando
tudo tem uma explicação,
e ela completou comigo
por
mais imbecil que seja
naquele segundo
aconteceu de tudo
satori, samadhi, nirvana
certeza
então flutuamos
até a outra praça
ela entrou no ônibus
eu fiquei, noite adentro,
às calçadas
cravado
.
apesar
de solitário
e de pedras
aquele coração
não me engana
: achar que tudo
é por acaso
é coisa de quem não
ama
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