sábado, 10 de julho de 2010
o morro, do cristo
lá
havia um refúgio escondido
à passos sofridos
& de quase ninguém
eu sempre escorregava
naquelas mesmas
pedras todas
houve certa vez
que, à insensatez
d'algumas ondas
feio arrebentei
os joelhos
& a razão
porém
eu não desistia
pois só daquele ponto se via
o espelho
,
e então se ouvia
o choro das águas
& do coração
tonto
à tal agonia
o mundo se desfazia
só de eu pensar
em sonhar
e por quantas vezes ali eu vi
a própria vida
a se pôr
como minha cela?
(mas hoje sei bem
o porquê de ainda
gostar tanto do mar
:
é que ele tem
a cor & a dor
dos olhos dela)
segunda-feira, 5 de julho de 2010
clichê
o mesmo mês
os mesmos porquês
& a mesma
vontade
eis a insensatez
da mais pura
das impuras
verdades
(o sol de inverno
te deu um poema
mas não moderno
:
só de saudade)
sexta-feira, 2 de julho de 2010
até 2014 (ou, a próxima dança)!
os atores, baixos
decoraram tão bem a peça
que até pregaram outra
e então, o trágico
:
no verde, no amarelo
& no azul
só deu o branco
sendo assim
em uma cena
jabulânica
a laranja
não tão mecânica
deu início aos melhores passos
do vuvuzelado tango
de nosso adeus
ao caneco
lá no céu
gardel sorriu
e o nosso armando
disse, ao vazio
:
faltou o pato
faltou o ganso
& até o marreco
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